Na província da Zambézia, os populares dizem que o ambiente mudou desde o passado dia 3 de Maio, dia da morte do líder da Resistência Nacional Moçambicana  (Renamo), Afonso Dhlakama, que foi sepultado esta quinta-feira (10) na sua terra natal, Mangunde. 
Em Quelimane, a maior cidade desta província, alguns residentes dizem ter perdido a vontade de ir votar nas próximas autárquicas, agendadas para Outubro, porque Afonso Dhlakama morreu. É o caso de “Tembe” que, em entrevista à DW África, afirma estar “desapontado”.
“Recenseei-me, mas já não tenho vontade de fazer nada pela sociedade ou pelo povo. A afluência [ao recenseamento] está muito fraca. Perdemos um grande senhor que protegia a nossa pátria. A liberdade de expressão [conquistada] foi graças a ele”, disse.
Uma opinião partilhada por Novénio Esvêncio, também residente nesta província, que acrescenta que o “clima de desmotivação é geral”.
Segundo este moçambicano, há muitas pessoas “que já se recensearam” e que “dizem que não vão votar porque o líder da Renamo perdeu a vida”.
Novénio Esvêncio diz também que a “afluência aos postos de recenseamento está muito fraca”  com apenas “três ou quatro pessoas”. Uma realidade “dolorosa” que, diz este moçambicano, “é preocupante”.
Outros residentes confessam que, depois da morte do líder da Renamo, não vão sequer recensear-se. Um cidadão, que pediu para não ser identificado, explica à DW África que não se vai recensear porque Afonso Dhlakama era a sua principal fonte de inspiração e porque esperava que, com a ajuda dele, fosse eleito em Quelimane um edil da Renamo à semelhança do que aconteceu em Nampula.